Tuesday, January 23, 2007

E eu?

‘Esta música é dedicada aos playa haters/ Os q só criticam e não tem idéias...’ É assim q Danny OG começa rappar numa das faixas do seu novo álbum Tchin tchin e eu fico a pensar será q faço parte do grupo? Será q o SangueMoz é só uma forma q eu encontrei p’ra invejar àqeles rappers de sucesso cá da praça por eu não estar na sua pele? Talvez eu grave algumas coisas este ano, e q críticas vou receber? Há aqela frase bem conhecida q diz: Se não fazes melhor, não critica. Bom, acho vou ter q parar com essa cena de rever álbuns, até porq não sou nenhum perito, nenhum especialista para o fazer e me concentrar nas minhas próprias rimas... Qem qer continuar com a cena? Tem q gostar de Música e de Moçambique de verdade...
Em Rotação


O ano de 2006 foi p’ra muita gente pobre em produção no q toca ao estilo Hip Hop, mas no compto geral houve muitos lançamentos de álbuns da música jovem moçambicana com vários hits a rodarem nas paradas e tops de rádio e TV:

Xtaka Zero- Mutxado: O último single do álbum Do Rovuma ao Maputo. Um sucesso de pista.
Ziqo- Maboazuda:a tal música polémica, dá título ao último álbum a solo de Ziqo. Ainda bate...
Mega Jr- khoma la: toca isto numa festa e a pista fica fulli meu, fulli meu... Produzida por Ziqo...
Dama do Bling: Boy: uma das músicas mais tocadas em 2006, conta com a colaboração de Lizha James no coro.
Lizha James- Moçambique: o último single a ser extraído do álbum ‘A Raínha do Ragga’ popularmente chamado ‘ahi kineni maxaca ‘, já anda a rodar nas emissões da Channel O.
Danny OG & Ziqo- Teresinha: mais uma produção de Ziqo p’ra dançar.
Danny OG & Ziqo- Casa 2: eu chamo-lhe Maboazuda parte II, com Danny a dar-lhe energia como só ele sabe. Como Teresinha, este êxito faz parte do álbum de nome Nova Família.
Trio Fam- D’yeah d’yeah: O grupo mais exponencial da Track Records reaparece em grande e promete bomba p’ra este ano...
Doppas - Olhos sonhadores: Uau! Mostra-me uma pita q não leva com esta e eu t mostro um amante de rap q não grama de ‘ de volta à casa’. Doppas devia se concentrar em coisas destas e deixar holla backs p´ro palhaço...
MC Roger- Dançamos Assim: novo sucesso do mis recente álbum do MC mais mediático de Moçambique. Conta com Doppas no coro.
MC Roger- Patrão é Patrão: imparável, o Rei do Bling de Moz detonou mais uma bomba. È p’ra dançar, patrão mandou! Conta com Ziqo no coro e claro na produção...

Faxavor de entregar à César o q é de César e a Ziqo o prémio de melhor produtor de 2006!
Qem foi o primeiro?

Quando a Gpro lançou o seu aclamado álbum Um passo em frente, há cerca de 3 anos atrás, com o polémico single País da Marrabenta a rodar constantemente nas rádios e TV’s, todos olhos e ouvidos ‘tavam virados p’ra eles. Estavam assim em posição de dizer qualquer coisa, q o público “comprava”. Falaram de como foi tudo muito difícil no início, como gastaram sola p´ra fazer gravações e outros constrangimentos q passaram, falaram de como os shows no Tchova impulsionaram não só o grupo como também o Rap nacional no geral. Mas disseram uma cena q não corresponde ao de todo à verdade: q a Gpro foi o primeiro grupo em moçambique a lançar um álbum de Rap/Hip Hop. Não foi, não. Minha memória me diz q os primeiros foram os OKV cujo álbum (já não me recordo do título), foi gravado e editado pela VIDISCO em 1997 ou isso, numa altura em q gravaram também artistas como Shorty Shaw (ex-colaborador de MC Roger) e outros, ajudem-me lá com as datas e outros nomes...

Tuesday, January 16, 2007

Hi, my name is...

Uma das razões porque os fazedores do hip hop nacional (MC’s & Co.) não são levados à sério é a maneira como jogam o jogo. Tô a falar de conteúdo, de coisas fundamentais, de essência. É assim: se por exemplo o apresentador X, da YTV decide te dar uma oportunidade no seu programa e te pergunta como te chamas e respondes, “eu sou black nigga G “ podes acreditar q telespectadores vão mudar de canal! Vão sim porque já cheira à treta, cheira á letras do tipo: “ Eu sou um nigga da street, dropo bombs no beat...’

Em 92, 93 isso era compreensível uma vez que os rappers americanos eram a única referência p´ra os nossos aspirantes a MC’s. Mas, hê djô, em pleno 2007!... O problema é q a doença passa p’ra geração seguinte e passa e passa. Desde os “tempos da Long Beach” p’ra cá poucos rappers evoluiram nesse sentido. Vamo-lá ver alguns nomes do nosso Hip hop: Danny OG (p’ra qem não sabe, OG significa Original Gangsta), Mr. Arssen, DRP (Dark Room Productions), ELEX (Lyrical Xplosion), First Class, DJ Beat Keepa, DJ Damost (vem de The Most q significa “O Mais”), Squad Boss, Beat Crew, Alizhè Camp, e enfim muitos outros, com nomes q variam de engraçados à ridículos, que não consigo me lembrar.

Atenção, não tenho nada contra os artistas e grupos acima mencionados, antes pelo contrário até admiro o trabalho da maior parte deles, mas acredito seria bom p’ro nosso Hip Hop se eles se desamericanizassem. Como disse alguns rappers foram sensatos e mudaram: o grupo Sky Scrapers agora é Arranha-Céus, Cem Paus era Stupid Man, Hélder Leonel trocou lil’ Brother H por Face Oculta (se não estou enganado), qem mais, qem mais, epa , ya... Fogo tô cansado, digam vocês alguma coisa agora, tchau!

PS: Curioso: um dos elementos do grupo Arranhas-Céus ainda se chama Crack Smoker!

P’cisamos de mais Emecês como Shakal e Dê-Jotas com nomes tipo Mandito, hahaha! Paz...

Natal Espectacular

Foi no natal, sábado dia 25 de Dezembro 2006. Foi na rua da Rádio (RM). Não havia portão de entrada, ou seja foi Mahala. Foi organizado pela Gpro em parceria com a Rádio Cidade. A idéia só pode ter partido de Duas Caras (agora também chamado Cara-a-cara), pois auto-intitulou-se de Pai Natal mais escuro do planeta. Foi fixe, maning fixe. Quando cheguei com dois bradas meus, a cena de já tinha começado ( nós também já tínhamos começado a beber), tava em palco o rapper Rage da Cottoneto Records a interpretar o seu Lutar só se for p´ra vencer com os negros na platéia a abanar as cabeças, mas ainda frios. Rage ‘rappou’ mais um tema e a seguir deu lugar a mais um membro da Cottoneto desta vez a MC Ivete q vestida de branco e descalça, representou como é suposto, batendo também 2 temas começando pelo estrondo Hip Hop Ça va. P´ra mim, das meninas, Ivete é a melhor MC com o micro no momento, com Gina Peppa reformada. A cottoneto continuou a exibir seus soldados ( a tocarem temas da sua compilação Mais Hip Hop p’ro teu ouvido), com o grupo Xitiki Ni Mbaula entrando depois de Ivete. Xitiki Ni Mbaula a Kaya é o tema q todos conhecem e pôs algumas mãos no ar. Este grupo composto por 3 elementos representando o bairro Patrice Lumumba foi o primeiro a sentir algumas dificuldades com os microfones. Já não tôma lembrar qem entrou a seguir, mas desci p’ro centro social da RM p’ra continuar a beber e lá havia uma festa particular com muitos barris de cerveja. Tentamos furar mas não deu, tivemos q pagar o q bebemos. Qem não foi ao show a pensar q só lá estariam ma rap-rap se enganou. Liloca esteve lá, subuiu ao palco com mais duas fofas e uma miudinha e pôs o local ao rubro. Negros tavam a p´cisar de ver um pouco de bunda e Lil deu isso. Doppas também subiu ao palco e cantou o seu sucesso Olhos Sonhadores p´ras poucas meninas q lá estiveram. O rapper Mega Jr. também pegou no micro e bateu os seus novos hits de pista. Por estas alturas já não me recordo qem entrou depois de qem, mas chegaram finalmente aqeles q o a maior parte do público qeria ver: O exército Gpro- Dj djo, Cem Paus, Duas Caras( o filho pródigo), Trêz Agah e o novo produtor da cliq, Proofless.

A Família Gpro interpretou um rapertório exaustivo com temas já conhecidos e alguns novos, todos eles demonstrando muita segurança em palco. Duas interpretou coisas novas e observou que: ‘os niggas não conhecem por isso é q não ‘tão a reagir...’, até q finalmente Djo meteu de volta a casa e os manos gritaram ‘yah, é essa merda...’ Mais uma vez o ‘blema com os microfones atrapalharam um bocado mas o show prosseguiu com grupos como First Class, ELEX e Ace Nells, Trio Fam, ... não sei se apareceu mais alguém eu já tava pife e tinha subir p´ra não perder os últimos chapas de volta ao subúrbio.

Foi simples e bonito, foi documentado (a TVM esteve lá) e espero q mais cenas assim voltem a acontecer ao longo deste 2007. Um aperto de mão aos organizadores pela iniciativa. Tenho q ir...

Álbum Em Revista




A Raínha Do Ragga- Lizha James

Segundo ela, tudo começou muito cedo na igreja mas o público viu o seu potencial pela primeira vez no grupo Electrobase lá p´ra 95/96 se a minha memória não me trai, quando a música feita por jovens moçambicanos começava a ganhar um pouco mais de atenção pública. Depois fez parte do trio femenino de rap q dava pelo nome de Bloody Town. Não muito tempo depois decidiu-se por uma carreira a solo gravando o álbum, watching you, contando com a produção de Mr. Arssen, álbum esse q, ao q me consta, não chegou a ser editado. 5 anos depois Lizha volta aos estúdios p’ra gravar seu segundo trabalho a q intitulou ‘A Raínha do Ragga’. O tema de promoção do trabalho foi ‘for all y’all’ q foi um sucesso a nível de rotação radiofónica e televisiva, chegando inclusive a conquistar um prémio da Channel O para a categoria de melhor vídeo.

Se fores pelo título vais pensar q o álbum é só Ragga (parece-me q o novo nome de Ragga é Dance Hall, não?) mas não, tem passada, R&B e baladas. Conta com produtores como Mr. Arssen, N’Star, Ziqo, Beat Keepa e Nehazi (não tenho muita certeza) e participações especiais de Ivânea A Dama do Bling, DRP, Danny OG, Chiquito e outros. Aprecio Lizha quando canta temas suaves como a balada tenho que te falar de mim, onde tem a difícil tarefa de confessar à sua melhor amiga q tá gramar maning do namorado dela (da amiga). A dor de amor continua com outros dois temas R&B: Romeu & Julieta e Eu nunca pensei. Tenho tempo p’ra ti é um tema sexy a confirmar q filhas de pastores são ‘freaks’. No coro ela canta: ‘Hoje qero q toqes em mim/ meus pais estão, então vais ter q ser shhh...’, na segunda estrofe diz: ‘...hoje qero safadeza senão faço pior...’ hê wena!

Quanto aos temas p’ra pista de dança gramo do novo sucesso de rádio e televisão Moçambique ( conhecido também como ahi kineni maxaca) e Em chamas em q fala da sua vida musical e dos invejosos q tem q enfrentar. Outros temas não são maus, mas alguns não deviam ser incluídos como o q fez ao lado de Danny OG em q usam uma instrumental de Ja Rule (um pouco modificada, mas é) e a passada Sem meu amor q não sendo má ficaria melhor num álbum de Neyma ou Yara. Outro senão é a estória do Inglês em excesso. Uff! 3 Xigovias...

*O título de Raínha do Ragga fica melhor à Dama do Bling

Holla Back

Lí em algum sítio q a palavra mais usada no ano de 2006 no Hip Hop (lá nos EUA) foi swagger q eu traduziria como estilo, forma de estar, atitude, epa, por aí... Cá pelo país da Marrabenta foi sem dúvida a expressão holla back! É holla back p’ra aqi, holla back p’ra ali, nas mensagens dos chats das TV’s e rádios, “qero mandar um holla back p´ros meus niggas,... qero mandar um holla back p’ra minhga dama,...’ enfim, tá na moda dizer essa cena. Há até um grupo de rappers q decidiu chamar à sua gravadora (ou label como dizem) de Holla Back Records! Cada um tem o direito de se expressar como entende mas porque não sermos originais, manos? Porquê importar até calão estrangeiro: kota, bué, party ... e agora holla? Não basta usar camisetes com a bandeira nacional estampada e com o retrato de Samora Machel p´ra sermos moçambicanos! Ainda bem q o maior promotor de halla back (como ele escreve na televisão) decidiu mudar de slogan este ano.

Já vos fiz saber da minha aversão ao uso excessivo do Inglês nas letras (extensivo p´ra outras línguas estrangeiras), isto tá no mesmo âmbito, assim como os nomes dos nossos MC’s, mas isso é assunto p’ra a minha próxima postagem. A gente c v...