Monday, July 07, 2008

Q a moda pegue

Antes da gala final do Fama Show, o cantor angolano Hélvio cuja música eu aprecio, foi convidado a visitar os concorrentes finalistas p’ra trocar impressões com estes e dar-lhes aqela força. Os “famosos” começaram a fazer-lhe perguntas tipo por q dificuldades ele havia atravessado em sua carreira, se sua voz rouca era natural e por aí. Yolanda Ana fez uma pergunta simples e legítima p’ra uma moçambicana mas q deixou o angolano visivelmente, como diriam os brasileiros, encabulado. Eu não sei se foi apenas impressão minha mas, mas o gaj’ pareceu ter sido pego de surpresa q até começou a suar. Ela apenas perguntou o significado de “muchima wami” (não sei se escrevi bem), palavras q fazem parte da letra de um dos seus hits. Ele lá explicou o significado mas ficou claro p’ra mim q o problema é q Hélvio não domina(va) ou não sabia mesmo falar essa língua do lugar de onde ele é oriundo. E não é o q acontece por cá?

Artistas como Neyma, Lizha James e Gabriela, por exemplo, cantam em changane mas não sabem falar a língua, recorrendo à outras pessoas para traduzir as suas letras originalmente escritas na língua de Camões. E a razão por que estas meninas optaram por fazer uso da língua cá da terra agora, não tem na minha opinião nada à ver com algum tipo de consciência patriótica nem nada disso. Tem a ver com a fórmula p’ra vender discos: O primeiro verdadeiro êxito de Neyma foi Nuna wa mina, seguiu-se hi maka ya mil e hoje ela se autoproclama a raínha da marrabenta. Lizha James q cantava essencialmente em português e inglês explodiu quando começou a meter changana em suas letras em temas como Moçambique, nuna wa mina e Já não me dás valor. Podem-se notar nas suas interpretações algumas falhas de pronúncia q muitos consideram propositadas pois “elas sabem falar, estão a gingar, essas meninas da cidade”.

Há algumas luas atrás eu criticava as pessoas q criticavam os q não sabem se expressar nas línguas locais defendendo minha posição pelo facto de q “ muitos de nós não estamos expostos à um ambiente q nos permita estar em contacto com os nossos dialectos”. Sendo essa teoria algo verdadeira, não deixa de ser também verdade q é lamentável q muitos de nós jovens não falemos as nossas línguas locais. Não saber falar a língua dos nossos avôs distancia-nos das nossas origens. Distancia-nos de qem somos. ‘Tas à ver o q é ires visitar a vovó lá no distrito e ela ter q se desdobrar em esforços para se comunicar contigo em pretoguês?

Por isso pá, numa altura em q se pretende resgatar a nossa identidade e nossos valores culturais ainda bem q tá na moda cantar em dialecto. Pode ser um bom começo...

8 comments:

Anonymous said...

Oi Kanino concordo contigo em muita coisa, só não sei se elas ( e todas as pessoas que como elas dizem que não falam), não sabem mesmo ou fazem de contas que não sabem, aqueles nhe nhe nhes de sempre.
Eu sou filha de pais machopes, meu pai nunca se dirigiu a mim( e aos meus irmãos) nem em chagana nem em chope, sempre falou portugues, mas eu falo chagana e quando vou a minha avó comunico-me com ela em chope.Aprendi sozinha.E repare que essa história de não saber falar a língua materna acontece mais aqui em Maputo, nas outras provincias já não é assim.

Syntia

Anonymous said...

Alô! Pessoalmente gostaria que fosse mesmo um bom começo esse "boom" de "músicas" cantadas em línguas locais. Mas, como diz a Syntia, acima, há que querer para (bem) falar (qualquer que seja a língua). Os "nhe nhe nhes" que as cantarinas "portuguesas" pronunciam quando tentam cantar nas "suas" línguas locais (e não maternas) julgo que denotam que elas se "auto-afastam" dessa(s) língua(s). Em conversa, ouvi que boa parte da infância e/ou adolescência da "Diva" da Marrabenta terá sido passada num dos bairros periféricos da cidade de Maputo, onde se fala "obrigatoriamente" Ronga/Changane. Agora, não percebo se ela nunca aprendeu (falou), aprendeu (ou falava) mal ou, simplesmente, desaprendeu a língua ao se mudar de lá (presumivelmente Laulane).
PS: Gostaria de saber se nos casos de Didácia e Júlia Duarte (da Beira) não se está a "ferir" a respectiva Língua (creio seja ndau).
Saudações

adalberto said...

ta se bem boy (Kanino), eu concordo com Syntia que essa xtoria de nao saber falar nossas linguas locais so acontece ca na capital pk nas provincias isso nao acontece, pra mim esse pessoal quer se fazer de fino e que so se xpressa na luingua de camoes, pessoalmente nao falo nenhuma lingua mas hoje reconheco o grande valor que elas tem.

Anonymous said...

Xidiminguana repa? desde quando? Voce esta bom?

Afonso Brown said...

Eh a primeira vez que passo deste blog...e aparir de hoje sera obrigatorio passar daqui.

Afonso Brown

Anonymous said...

Eh a primeira vez que passo deste blog e apartir de hj eh obrigatorio passar mais vezes daqui.

Afonso Brown-www.xitapora.blogspot.com

Magus DeLirio said...

Parece que no entender dos nossos manos e manas, quanto menos tsonga tu fores mais chique te tornas.

Nunca vi um ingles com vergonha de falar ingles.

Enfim...nao ha explicacao pra tanta falta de sensatez..

Bem vindo de volta! Ja fazias falta.

Anonymous said...

Bonjour, sanguemoz.blogspot.com!
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