Wednesday, December 12, 2007

Fama Show - A Caminho da Final


Bom, o vosso show favorito da TV está na recta final. Qem acham vocês q vai ficar com o carro, a mola e aqela viagem p’ros “States” (fogo, qem me dera!)?
As últimas galas têm sido bastantes irregulares em termos de espectacularidade, tendo algumas sido melhores q as outras, mas nenhuma das galas foi realmente espectacular (claro q não).

Não acompanhei a 6ª gala, mas ouvi dizer q foi uma bagunça, com a saída de Eulália Hortência e um dos professores a chorar e ameaçar q ia deixar a academia por isso. Hã? Q papo é esse agora? Qero dizer, é claro q a saída de Eulália foi super injusta, mas isso é de se esperar num concurso cujo destino dos participantes é determinado pelo voto público. Essa é a regra do jogo e o professor Adérito sabia disso de antemão. Então q teatro foi esse? No dia seguinte estava no Music Box, a falar de um espectáculo q estava a organizar para celebrar os seus anos de estrada como pianista. Hmm...

A 7ª gala foi matreca. Houveram duetos (é houveram ou houve?- português...). Duetos fracos, o pior dos quais foi o de Júlio António e Kelvin Ismael q tentaram interpretar same girl de R. Kelly e Usher. O outro dueto falido foi o de Amélia Lichucha (campeã de votos) e Ângelo Mário q “interpretaram” Amahihi de Ziqo e Lizha James. Q decepção, nunca pensei q Lichucha fosse desafinar, meu brada!
Uma ou outra pessoa fez uma interpretação um tanto enérgica, mas vocalmente os melhores só estiveram bem e os restantes nem por isso.

Na 8ª gala as coisas melhoraram. Coincidiu com o dia mundial do SIDA e os participantes tinham q dizer algo à propósito. A Concorrente de Manica, Carla Maria, disse uma cena mais ou menos assim: “...estejam à vontade. Esta doença não significa q é a morte.” Eh, yá! No q respeita às actuações quase todos estiveram bem nas suas actuações “à solo”. Nos duetos a história repetiu-se.

A última gala (9ª), também não foi tudo isso em termos de espectáculo, mas provavelmente não se pode exigir mais. Nuno Abdul e Júlio António, não estiveram bem, aliás Nuno já tá na curva descendente há muito. Júlio António nunca me convenceu. Abuchamo Munhoto é o mais consistente dos concorrentes e por isso merecedor do prémio. Mas Ângelo Mário de Gaza também merece. É o concorrente q mais mostrou evolução.
Só ficaram três meninas: Amélia Lichucha, Yolanda Ana e Esperança Bembele. Suas interpretações nesta gala foram boas, mas não convenceram em trio ao interpretar emotions das Destiny’s Child tendo Yolanda sido a melhor. Esperança foi bastante irregular durante quase todo o programa. Então p’ro top 3, qualqer entre Lichucha e Ana são merecedoras.
Surpreendentemente Abel Crisanto q nunca havia cantado razoavelmente seqer, nesta gala saiu-se bem ao interpretar minha mãe dos Mozpipa. Ah, só agora...

Previsão do Kanino – Top 3

1. Abuchamo Munhoto;
2. Amélia Lichucha/ Yolanda Ana;
3. Ângelo Mário

Diferente disto, é batota.

Monday, December 10, 2007

Álbum em Revista


Tente isto em Kasa (sessões de remistura), Vol. I – Paiol Sonoro


Já faz algum tempo desde a última vez q passei aqi um álbum em revista. Não sei o q ‘tá-se a passar comigo, mas fora o facto de andar meio ocupado, já não tenho aqela vontade de sentar, ouvir um álbum, fazer a minha análise (ainda q ignorante) do mesmo e escrever algo. Das duas, uma: ou esses rappers não ‘tão a dar conta do recado, ou eu ‘tô a ficar velho p’ro Rap. Eu prefiro pensar q é a primeira.

Há anos q eu venho dizendo q há um desfasamento entre a produção musical e o conteúdo lírico da nova música moçambicana em geral e do rap em particular. Há muitos e bons produtores q até podiam vender seus beats à artistas internacionais e têm mostrado evolução nessa área com o passar do tempo. Mas já quanto à liricistas o mesmo não se verifica. Só um e outro têm a capacidade estabelecer eqilíbrio e harmonia entre essas duas componentes.

O Paiol sonoro é um grupo de produtores do género Hip Hop, q pertencem à gravadora 911- Estúdio Genérico, q está a conqistar terreno na cena underground do Rap nacional. O grupo constituído por Neurotoxina, Freeyamind e AljazZ, já trabalhou com vários rap-istas do meio, e lançou alguns trabalhos incluindo o Marketráfico Vol. I, q obteve relativo sucesso nos programas radiofónicos de Hip Hop (principalmente o clássico Hip Hop Time) e cujo single principal foi uma luz q até passou pela televisão.
Tente isto em casa (sessões de remistura), Vol. I é o mais recente (acho eu) trabalho do grupo de produtores a sair às ruas. A idéia foi, como o próprio nome do álbum sugere, pegar em canções já gravadas e conhecidas e dar-lhes uma nova roupagem, então não há aqi muito a ser dito. Num alinhamento de 14 faixas, o CD conta com as vozes de MC’s como Azagaia (As mentiras da verdade), Iveth (Seja Feliz), o duo F&G (o Nosso Som) e Xitiku Ni Mbaula (dingzwayu ani ritu) entre outros. Se és um purista e tens ouvido p’ra Hip Hop com influências do Jazz tipo A Tribe Called Quest, DJ Jazzy Jeff, Pete Rock ou mesmo o malogrado Jay Dilla, que por sinal é a principal influência para estes produtores, então este álbum é p’ra ti. É mesmo isso q aqi vais encontrar. No q toca aos raps, não há muito a dizer, é aqela base: rap “positivo”. Tirando temas como as mentiras da verdade, q dispensa qualqer tipo de comentários, dingzwayu ani ritu e os “punch lines” de Sick Brain em longa metragem, é aqela cena. Os principais senãos deste álbum: a faixa das Female Emcees e o facto de O nosso som dos F&G aparecer duas vezes. Porqê? Porqe não chamaram o velho Kanino p’ra rap-ar num dos beats? 3.0 Xigovias.

Promoção da cultura, o tanas!

Meu mano Magus Delírio escreveu uma postagem interessante sobre essa corrente da nova música jovem moçambicana Dzucuta/ Pandza, na qual deu p’ra se concluir q a mediocridade resgatou a moçambicanidade (seja lá o q moçambicanidade qer dizer). E os jovens não teriam provavelmente conseguido essa “proeza” sem a ajuda da mcell. Nesse sentido o meu apreço à empresa pelo apoio. Qero dizer, tem de se começar de algum lado e não se pode negar q hoje em dia as coisas ‘tão bem melhores p’ros fazedores de música (autênticos ou não) moçambicanos. Basta ser-se esperto e aliar-se aos mais “fortes” (se é q me entendem). Ou seja, como diria MC Roger, estar updated.
Mas eu não consigo deixar de pensar q, se gente medíocre conseguiu fazer essa espécie de revolução na situação da nossa música, o q teria sido se esse apoio fosse dado à artistas de verdade? Mas bom, é o q é...

Estamos no verão e como de costume a mcell patrocina a maior parte de eventos ligados à música jovem, naqilo q agora chamam de novidades do verão, tendo já sido lançados os novos álbuns de estrelas como Dama do Bling, Stewart, Valdemiro José, Lizha James, Doppaz, Ziqo & Denny O.G. (‘pera aí, não me digam q Stewart agora é da Bang Ent.? Seria uma jogada esperta, era disto q eu tava a falar no princípio. Às tantas a seguir vai Neyma. Já deixou Yeyé como qem deixa um mau hábito, porqe é q não pode deixar Dinho XS?). Outro evento q me vem à memória no momento é a celebração dos dez anos de carreira de MC Roger. E claro o vosso “reality show” (não me façam rir logo de manhã...), o Fama Show aos domingos.

Se olharmos p’ra estes nomes q acabei de mencionar, são os nomes q estão a bater. Vendem discos. Arrastam multidões (por assim dizer). Bem, não sei quanto à Stewart, mas a avaliar pela rotatividade do seu último single Felizminha, a coisa vai bem. Então ‘tão a ver, é tudo uma qestão de fluxo de caixa. Por exemplo Mingas deu um show de celebração de trinta anos de estrada mas não teve direito à tempo d’antena como MC “fato italiano” Roger.
E depois tem o Fama Show (Bayano Valy também escreveu algo interessante sobre o programa), q é suposto ser uma forma de descobrir novos talentos e encaminhá-los nessa árdua carreira de músico. Na verdade o q se vê é q o show não passa de mais uma forma de a mcell e os seus parceiros facturarem mais algum, arrastando adolescentes lá p’ro cine África e fazendo-os gastar via sms.
Louvem a mcell o quanto vocês qiserem e eu não ‘tô aqi a dizer q o q eles fazem é negativo, mas não se deixem enganar pensando q estão a promover a nossa cultura. ‘Tão mazé a fazer mola, isso sim...

Tuesday, December 04, 2007

É tudo estratégia de marketing...

Devia ter posto isto o outro dia, mas depois me esqeci...

Naqele debate da Adriana Anabelópolis (algo me diz q não é bem assim o nome dela), sobre O q é Música Moçambicana q aconteceu no início do ano, eu me recordo de tê-la ouvido à perguntar aos presentes se não era o marketing um factor determinante na imposição da música jovem sobre a da velha-guarda. O q me pareceu nesse dia, foi q as pessoas estavam mais interessadas em atirar pedras umas às outras do q qualqer outra coisa.
A resposta é: também. Há duas (principais) razões porq a nova-escola domina o “mercado” discográfico nacional: 1. Oferta, 2. Promoção (o tal marketing então).

Quando falo de oferta, não sei se ‘tô a usar o termo correcto, mas a verdade é q muitos dos artistas da velha guarda vivem do passado. E quando regressam ao estúdio, é p’ra gravar um par de inéditos e o resto é material velho. Fogo, MC Roger tem dez álbuns na manga!! Dez! Matrecada ou não, está lá nas prateleiras. A Dama do Bling q começou a carreira no ano passado já vai no seu segundo estoiro, Ziqo já tem uns quatro, Oliver Style também por aí, epa, enfim...
No q toca à promoção, ‘tamos na era dos vídeos em Moçambiqe. Quando foi a última vez q viste um vídeo de uma velha-glória? Nada! Os putos descobriram q nos dias q correm, talento na música é o último dos reqisitos p’ro sucesso. Tudo depende da máqina de promoção do teu “trabalho”. Tudo vale, desde os vídeos escandalosos à rixas entre artistas, à fofocas, o q for preciso p’ra chamar a atenção do público. O q me traz ao meu tópico p’ra hoje (hmm, isto vai ser longo...).

O outro dia à tarde eu tava à ver TV, era o Music Box e Celso Domingos enfatizou q aqele era um programa “importante” porqe Stewart ia dissipar todas as dúvidas sobre os rumores de q ele era seropositivo. Eu “Ah é, afinal há esses rumores?” ‘Tão à ver, eu não sabia nada disso, até aqele dia, vocês sabiam? Mas depois Celso continuou dizendo q também ia passar em exclusivo o novo vídeo de Sukuma q integrava o novo álbum, a ser lançado dali p’ra breve. E eu “ah, então é isso!”. Qero dizer, fogo, o tal boato surgiu lá p’ra 1999 ou coisa assim, porqe é q só em 2007, o autor de Olumwenko decidiu “qebrar o silêncio”? Nas vésperas do lançamento do seu último esforço? E o pior é q o gaj’ tava ali se lamentar do facto de as pessoas andarem a especular e a sugerir esse tipo de coisas sobre a sua saúde e tal, mas de repente começa a dizer tretas sobre Jeremias Ngwenya tipo “... eu não estou a dizer q ele morreu de SIDA, mas Jeremias morreu de ignorância e estupidez, ...porq ele não qis se tratar, blá, blá, blá...” ‘Tão a ver ele reclama desse tipo de comportamento mas logo a seguir faz o mesmo, e no caso é pior, já q Jeremias não tá aqi p’ra se defender. Mas ei, como eu disse tudo vale neste jogo. Tudo vale pela atenção pública e promoção de discos. É o q é...